25 de Janeiro de 2007 - 14h:47

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Tarso diz que reformas política e tributária não são essenciais para o governo

O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) afirmou nesta quinta-feira que o governo não vai impor as reformas política e tributária ao Congresso. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não depende" das duas reformas "para governar".

Por: Folha Online

"Qualquer governo, seja do presidente Lula ou de outra pessoa, teria condições de governar nos próximos quatro anos [sem as reformas]. Não há perigo institucional se a reforma política e a tributária não forem feitas", disse Tarso.

Tarso observou que as reformas são "fundamentais para o futuro do país", mas ressaltou que o presidente não pretende criar uma disputa com o Congresso caso não haja apoio para aprová-las. "O governo não quer fazer chantagem. É uma reforma que depende do apoio do Parlamento. [Não aprová-la] não significará crise no governo", disse.

O ministro ainda complementou: "Vamos pedir para os presidentes da Câmara e do Senado proporem uma agenda de discussão da reforma política, que o governo não pretende protagonizar, ser o coordenador deste processo".

As duas reformas provocam divisão na base aliada do governo no Parlamento. A reforma política enfrenta resistências de partidos pequenos, como PL, PP e PTB. A reforma tributária não é desejada por governadores que temem perder recursos com a mudança constitucional.

O ministro negou que o discurso do governo seja incoerente com o adotado antes das eleições. Na ocasião, o presidente Lula dizia que a reforma política foi responsável pelas crises enfrentadas pelo seu governo e o Congresso. O governo chegou a estudar, inclusive, convocar uma constituinte para fazer a reforma. "Nós precisamos mexer nessa ferida chamada política brasileira", afirmou o presidente, em 24 de julho do ano passado, durante campanha eleitoral, em evento em Olinda (PE).

A reforma tributária está prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), anunciado pelo governo para estimular o crescimento da economia nos próximos anos, como prioridade.
 
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