22 de Janeiro de 2007 - 14h:58

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Recorde de fusões no país

Pesquisa da KPMG mostra que houve 473 operações no ano passado. Fôlego das empresas nacionais superou o das estrangeiras.

Por: Correio Braziliense

O baixo crescimento da economia brasileira não inibiu o apetite das empresas no ano passado. Ao todo, foram registradas 473 fusões e aquisições, superando um antigo recorde de 1997, quando o mercado assistiu a 372 negócios. Levantamento da consultoria KPMG, divulgado ontem, indica ainda que o quarto trimestre de 2006 foi o mais expressivo da história (131 operações, contra 111 no mesmo período de 2005), o que, na opinião dos especialistas, serve de indicativo para apostar em um 2007 tão ou mais movimentado.

A compra de empresas estrangeiras por companhias nacionais, e vice-versa, mexeu com o mundo corporativo. Houve reflexos em quase todos os setores, mas em especial nos segmentos de Siderurgia e Metalurgia, Tecnologia da Informação, Alimentos, Bebidas e Fumo e Companhias Energéticas, área que devem continuar fortes este ano. “A estabilidade macroeconômica facilita esse tipo de negócio. Há um ganho de confiança por parte do investidor”, explicou André Castello Branco, sócio de Corporate Finance da KPMG.


As fusões e aquisições atingiram desde pequenas empresas de informática até gigantes do aço. Em 2006, por exemplo, a Companhia Vale do Rio Doce arrematou a canadense Inco por US$ 13,2 bilhões, tornando-se a segunda maior mineradora do mundo. Também no ano passado, o Itaú comprou o BankBoston no Brasil por cerca de US$ 2,2 bilhões em ações e dois dos principais sites de comércio eletrônico, o Submarino.com e as Americanas.com, fecharam uma das maiores negociações do mercado de tecnologia brasileiro.

Na pesquisa, a KPMG identificou que o fôlego das empresas nacionais superou o das estrangeiras. A prova está na comparação dos negócios fechados em 2005 e 2006. De acordo com a consultoria, no ano retrasado, as brasileiras adquiriram 44 concorrentes do exterior e em 2006 esse número saltou para 96. As multinacionais incorporaram 89 marcas do Brasil em 2005 e 115 em 2006. A diferença entre as taxas de crescimento de um ano para o outro indica que as empresas brasileiras ganharam musculatura financeira para ir às compras no mercado internacional, tanto quanto suas concorrentes no mundo.

No ranking por estados o destaque é São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. No total, 18 unidades da Federação foram palco de fusões ou aquisições. O Distrito Federal aparece na lista com duas ocorrências.


Schin compra Baden

O Grupo Schincariol comprou a Cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão (SP). A aquisição amplia a participação da empresa no segmento de bebidas com alto valor agregado e reafirma a posição do grupo em continuar investindo ativamente na expansão de sua presença no mercado brasileiro. A Baden Baden foi fundada em 1999, sendo a primeira microcervejaria voltada à produção de cervejas superpremium, a fabricação e comercialização de cervejas de alta fermentação (tipo Ale) e a oferecer cervejas bock no mercado o ano todo.

“Com a aquisição, o Grupo Schincariol aumenta o valor agregado de seu portfólio de produtos ao mesmo tempo em que mantém as suas características de inovação e pioneirismo”, afirmou Adriano Schincariol, diretor-superintendente do grupo. “Será nossa prioridade manter a formulação da atual linha de produtos, bem como as características de produção artesanal que construíram o valor da marca Baden Baden”, complementou.

O Grupo Schincariol foi fundado em 1939 na cidade de Itu (SP) e ocupa a segunda posição no mercado brasileiro de cervejas. Em 2005, faturou R$ 3,1 bilhões. Atualmente, conta com nove unidades industriais espalhadas pelo país, onde emprega 7,5 mil colaboradores.
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