17 de Junho de 2008 - 15h:23

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Plano de recuperação da Multifarma é aprovado

Por: RPC

Os credores da Multifarma aceitaram ontem, em Curitiba, o plano de recuperação judicial da cadeia de farmácias, que tem uma dívida de R$ 12 milhões, principalmente com distribuidoras de medicamentos e bancos. De acordo com o plano – aprovado por 36 dos 38 credores presentes na assembléia – a empresa se compromete a quitar seus débitos, conforme os valores envolvidos, num prazo de 12 meses a 96 meses e profissionalizar a gestão, hoje familiar. Com 32 lojas e 350 funcionários, a Multifarma entrou em crise em 2006, depois que duas distribuidoras de medicamentos reduziram os prazos de pagamento para empresa.

“Com a aprovação do plano, poderemos voltar a crescer”, afirmou ontem Eduardo Bremm de Castro, presidente e proprietário da rede, criada em 1993. O processo de recuperação judicial começou em novembro do ano passado e foram realizadas três assembléias até sua aprovação. A empresa possui 89 credores, dentre distribuidoras, como a Santa Cruz, Dimper e Profarma, bancos (como Santander e Safra) e locatários de lojas. Segundo Castro, parte da dívida, de R$ 12 milhões, já foi quitada. Pelos seus cálculos, restariam hoje R$ 5,3 milhões do montante original.

A principal mudança na Multifarma será a profissionalização da gestão – hoje Eduardo Bremm de Castro comanda o grupo ao lado da esposa e do irmão. A partir de agora, a direção passa a ser compartilhada com executivos da Consult Consultoria Empresarial, responsável pela elaboração do plano de recuperação judicial. Segundo o sócio-diretor da Consult, Jerônimo Mendes, será criado um Conselho Administrativo e a rede terá ainda a participação de um executivo de mercado nomeado pela Consult. “O próximo passo é arrumar a gestão e conduzir a empresa para uma situação financeira saudável”, diz Mendes. Segundo ele, a intenção é mantê-la forte para enfrentar a concorrência acirrada. “A linha que separa o sucesso e o fracasso nesse setor é muito tênue. É preciso mão-de-ferro na gestão”, diz.

Castro acrescenta que pretende contratar nas próximas semanas mais 80 pessoas e lançar, nessa nova fase, um modelo de franquias. A intenção é ter 18 lojas franqueadas até o fim do ano e mais 10 no próximo, além de abrir seis unidades próprias. As receitas mensais, hoje em R$ 3,5 milhões, devem atingir R$ 5 milhões. Antes da crise, a Multifarma faturava por mês R$ 7,8 milhões e empregava 500 pessoas.

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