03 de Janeiro de 2007 - 10h:44

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Cliente per capita cai 20% em 2 anos

Por: Diário de Cuiabá

Cuiabá/MT - Apesar desta nova realidade não ser considerada ainda uma migração de consumo por alguns representantes do comércio, já começa a mobilizar empresários do Centro Histórico de Cuiabá para melhorias nos estabelecimentos e na região, com objetivo de resgatar vendas.

Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio/MT), nos últimos dois anos havia 7,1 mil estabelecimentos de varejo em Cuiabá. Atualmente, esse número chega a 8,9 mil. Dessa forma, o que antes significava uma média de 91 consumidores por loja, agora são 72 pessoas/loja, ou seja, o número de clientes per capita na Capital, caiu 20%. Assim, muitos empresários podem ter a sensação de que as vendas estão caindo, quando na verdade, consumidores que eram clientes da loja podem ter passado a comprar em outro lugar, como por exemplo, nas filiais existentes nos shoppings centers. Por mais poder aquisitivo que o consumidor tenha adquirido como as novas lojas “pegaram” uma fatia da clientela, as vendas parecem ser menores, mas na verdade estão pulverizadas.

“Não podemos dizer que é uma migração porque os shoppings e os centros comerciais têm consumidores diferentes. São situações distintas”, explica o presidente da Fecomércio, Pedro Nadaf.

OUTRO LADO - Já os empresários dos shoppings da Capital e economistas acreditam que a migração é inevitável por causa dos benefícios. O clima mais fresco, vários tipos de lojas em um mesmo lugar, estacionamento com segurança e algumas vezes com manobrista e praça de alimentação com muita variedade, seriam os maiores atrativos para o público de qualquer classe, principalmente com a abertura de lojas populares nos shoppings, ou seja, produtos com o mesmo preço encontrado no centro de Cuiabá.

O superintendente do Goiabeiras Shopping, Martinho Polillo, disse ser inevitável a migração e os empresários estão sentindo isso com o aumento das vendas nesse final de ano. Martinho informou que ainda não tem fechado os números das vendas de Natal, mas pôde perceber um aumento considerável no volume de vendas, comparado ao ano passado. “Principalmente nas lojas de calçados e confecções”, revela.

O economista Vivaldo Lopes diz que na visão dele a migração é inevitável, considerando os benefícios apresentados pelos shoppings como a facilidade de acesso e atrativos como exposições, ar condicionado e música ambiente. Lopes conta que estudos de viabilidade econômica para a construção dos shoppings apontam essa migração como algo iminente.

“Mas é preciso lembrar que as lojas do centro de Cuiabá têm um ponto positivo. Elas têm o consumidor de passagem, pessoas que precisam ir aos órgãos públicos, bancos ou igrejas e acabam consumindo porque passaram em frente à loja e acharam o produto interessante”, ressalta o economista. As vendas são feitas por impulso, e neste aspecto, a vantagem é do centro da cidade.

NO CENTRO - O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio de Tecidos, Confecções e Armarinhos, Roberto Peron, destaca que os empresários do Centro de Cuiabá se uniram para dar início a um conjunto de ações estratégicas voltadas para a recuperação das vendas. Entre os objetivos está chamar a atenção do cliente que pode estar mudando de local de compras. Para isso foram feitas reformas em estacionamentos, além de projetos para renovação dos calçadões e rebaixamento da fiação. “Queremos dar uma visão dinâmica para atrair o consumidor ao Centro Histórico de Cuiabá. Por meio das entidades estamos pleiteando a revitalização da área central”, conta Peron, que é empresário e tem lojas de confecção em dois calçadões de Cuiabá.
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