26 de Dezembro de 2007 - 11h:18

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Juiz da Itália manda prender treze brasileiros

Um juiz italiano emitiu, na última segunda-feira (24/12), mandados de prisão contra 140 latino-americanos, entre os quais 13 brasileiros, suspeitos de envolvimento na perseguição a opositores dos regimes militares da América do Sul na década de 70.
Seis países tiveram governos repressivos à época, com a integração de suas polícias políticas: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia. A ação conjunta foi chamada de Operação Condor. Um dos governos militares brasileiros sob o qual ocorreu a operação foi o do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Os pedidos de prisão envolvem cidadãos argentinos, bolivianos, brasileiros, chilenos, paraguaios e peruanos, suspeitos de terem sido cúmplices no assassinato de 25 italianos durante o período ditatorial. Quase todos os integrantes da lista de pedidos de prisão vivem atualmente na América Latina. Alguns deles já estão sob custódia policial.
De acordo com a lei italiana, os juízes do país podem promover investigações sobre assassinatos de cidadãos italianos que foram cometidos no exterior.
O Itamaraty afirmou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o pedido de prisão dos 13 brasileiros supostamente envolvidos nos crimes, cujas identidades não foram reveladas.
No Brasil, qualquer ação dessa natureza precisa ser informada ao Ministério das Relações Exteriores. Depois, é encaminhada ao Ministério da Justiça, que analisa caso a caso. O Itamaraty lembra também que a Constituição veta a extradição de brasileiros para que sejam processados em outros países.
Suspeitos
Segundo a agência de notícias Efe, a lista incluía 146 pessoas — 61 da Argentina, 32 do Uruguai, 22 do Chile, 13 do Brasil, 7 da Bolívia, 7 do Paraguai e 4 do Peru. Porém, seis dos citados já morreram, entre eles o ex-presidente chileno Augusto Pinochet.
Estão também na relação o ex-presidente da Argentina Jorge Rafael Videla, o ex-almirante argentino Emilio Eduardo Massera e o ex-presidente uruguaio Juan María Bordaberry, de acordo com a rede britânica BBC.
O ex-integrante dos serviços secretos do Uruguai Nestor Jorge Fernandez Troccoli, de 60 anos, foi preso na cidade de Salermo, no Sul da Itália. Troccoli morava no local havia anos e será transferido para Roma, onde tem audiência marcada para este mês.
Os 140 listados enfrentam acusações que vão desde crimes pequenos até seqüestros e assassinatos múltiplos. A apuração na Itália teve início a partir de denúncias feitas por familiares de desaparecidos que tinham origem italiana.
 
 
 
Fonte: Consultor Jurídico
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