19 de Dezembro de 2007 - 09h:14

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MPT move ação contra C&A por uso indevido de cooperativa

A C&A, uma das maiores redes de varejo do país, está sendo alvo de uma ação civil pública movida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) em Bauru, no interior de São Paulo. Além da rede de lojas, também são citadas na ação mais três empresas: Lorsa, CWR Indústria e Confecção e CWR Lavanderia e Tinturaria. Elas são acusadas de usarem mão-de-obra de falsa cooperativa -a Cooperbrim.

Segundo informações do MPT, os procuradores pedem indenização de R$ 1,2 milhão às quatro empresas beneficiárias da fraude. O esquema teria o envolvimento dos cooperados por meio de empresas situadas na capital paulista e Avaré (SP), com o objetivo de diluir a responsabilidade da principal beneficiária da fraude (C&A).

De acordo com os procuradores, a empresa C&A Modas contrata uma confecção de São Paulo para manufaturar suas grifes (Yessica, Angelo Litrico, Clock House e Marfino). A empresa de São Paulo, por sua vez, contrata outras duas empresas, com sedes na cidade de Avaré, para confeccionar os vestuários.

Só então a cooperativa Cooperbrim é contratada, aparentemente sem a intervenção da C&A. Em prédio cedido pela prefeitura da cidade, utilizando máquinas de propriedade de terceiros, entre os quais as próprias beneficiárias do esquema ilícito, a cooperativa abriga em sua sede cerca de 70 costureiras.

Dentre as supostas irregularidades, há apenas um banheiro comum às dezenas de homens e mulheres que trabalham no prédio. Nem papel higiênico a cooperativa fornece; cada um deve levar o seu.

Outra grave irregularidade constatada nas investigações do MPT diz respeito ao uso de mão-de-obra sem registro em carteira de trabalho. O MPT afirma que para aqueles que se dispõem a fazer "bico" como avulso, sem inserção como "cooperado", a Cooperbrim paga R$ 20,00 por dia.

Última Instância entrou em contato com a assessoria de imprensa da C&A e foi informada que todos os seus fornecedores são obrigados a fornecer a lista completa de empresas subcontratadas por eles.

A C&A informa que não foi oficialmente comunicada sobre iniciativas do Ministério Público do Trabalho acerca da cooperativa Cooperbrim, de Avaré (SP).

“A Socam [empresa autônoma que faz auditoria nos fornecedores] visitou a Lorsa Jeans, seu fornecedor, que informou ter a CWR como uma subcontratada. Por sua vez, a CWR não informou ter relacionamentos comerciais com a Cooperbrim. Sendo assim, a C&A não teve conhecimento da atuação da cooperativa na cadeia de fornecimento.” A assessoria afirma, ainda, que a marca Marfino não pertence à C&A.
 
 
Fonte: Última Instância
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