21 de Junho de 2017 - 14h:43
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Brasil proíbe 5 frigoríficos de exportar para os EUA
Por: Exame.com
A suspensão foi determinada após serem constatadas irregularidades provocadas pela reação à vacina de febre aftosa
O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de cinco frigoríficos para os EUA, depois de autoridades sanitárias americanas identificarem irregularidades provocadas pela reação à vacina de febre aftosa. A proibição continuará em vigor até que sejam adotadas medidas corretivas, disseram técnicos do ministério.
Mais uma vez a indústria está herdando um problema que não criou, afirmou o presidente do conselho da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli.
Segundo ele, a vacina causa uma reação que provoca abscessos em alguns animais. Quando o problema é visível, a parte afetada é retirada na inspeção feita no Brasil. Mas há casos em que as marcas são internas.
Camardelli disse que os fabricantes de vacinas terão de encontrar uma solução para o problema. A Abiec também defende o envio de uma missão técnica aos EUA para discutir o assunto.
Já havíamos alertado os produtores de vacinas para os problemas reais que estamos tendo, ressaltou. Temos de garantir a abertura desse mercado que é tão importante e demorou tanto para ser aberto.
Carne Fraca
Os EUA foram um dos poucos países que não interromperam a compra de carne do Brasil depois de a operação Carne Fraca, lançada em março, identificar problemas sanitários em várias plantas exportadoras.
Imposto pelo Ministério da Agricultura na sexta-feira, o bloqueio atinge três estabelecimentos da Marfrig, um da Minerva e um da JBS.
De acordo com técnicos do Ministério da Agricultura, o mecanismo de autossuspensão permite que as exportações sejam retomadas de forma mais acelerada. Em nota, eles disseram que trabalham para prestar todos os esclarecimentos e correções no sentido de normalizar a situação.
Na terça-feira, 20, a agência responsável pela supervisão sanitária nos EUA enviou orientação a seus inspetores determinando a rejeição de todos os produtos das cinco plantas. Os que já estiverem sido apresentados na alfândega só serão admitidos depois de passarem por re-inspeção.
Essa é uma ação preventiva e temporária do Brasil, para aperfeiçoamento dos processos das empresas, disse Luiz Caruso, adido agrícola em Washington.
A JBS informou que encaminhou os esclarecimentos solicitados por meio da Abiec e ressaltou que não foram encontrados problemas relativos às instalações da planta nem à qualidade do produto.
Em nota, a Marfrig disse que está adotando providências para atender às exigências do mercado americano nos seus processos produtivos.
Antes da decisão, o Brasil tinha 31 frigoríficos habilitados para exportar aos EUA, quase metade dos quais (15) da JBS. Com a suspensão de três de suas plantas, a Marfrig ficará com apenas duas autorizadas a vender ao mercado americano. A Minerva teve um de seus cinco estabelecimentos desabilitados.
Os EUA abriram seu mercado de carne in natura para o Brasil em 2016, em uma medida criticada por entidades locais. O Brasil tem sido um problema nos últimos dez anos, disse Tony Corbo, o principal lobista na área de alimentos Food & Water Watch.
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