19 de Outubro de 2016 - 16h:41
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Próxima batalha da telecomunicação será na banda estreita
Por: Bloomberg
Após décadas desenvolvendo redes cada vez mais rápidas e capazes de fazer tudo, de transmitir vídeos da Beyoncé a conduzir carros autônomos, o setor de telecomunicações descobriu um novo campo de batalha: os sistemas de banda estreita, que são mais lentos.
A Vodafone Group está criando uma rede sem fio que é barata e robusta o suficiente para conectar à internet itens como latas de lixo ou sensores de umidade do solo de jardins, para que as empresas de coleta de resíduos saibam quando enviar o caminhão e as rosas recebam a quantidade certa de água.
O sistema, em Madri, é a vanguarda daquela que acabará sendo a rede global de banda estreita da Vodafone para a chamada internet das coisas -- milhões ou talvez bilhões de aparelhos conectados criados para economizar tempo e dinheiro para as empresas e liberar os consumidores de tarefas de rotina. A nova rede é mais barata de administrar do que as redes móveis e wi-fi regulares porque consome menos energia. Foi criada para aparelhos como medidores de gás ou semáforos, que se conectam esporadicamente, e não para carros autônomos ou monitores cardíacos, que se comunicam continuamente com a rede.
"Será possível colocar um aparelho que tem um custo inicial de US$ 10 e US$ 1,99 por mês na mochila de uma criança e esquecer", disse Varun Arora, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Greenwave Systems, que desenvolve sensores e equipamentos da internet das coisas para a Verizon Communications e quer trabalhar com a Vodafone. "Haverá tantos exemplos que não é possível sequer imaginar agora."
Para operadoras como a Vodafone, as redes representam uma forma de substituir a renda obtida com os pacotes de voz e dados, que estão se tornando uma commodity. Os defensores da internet das coisas com banda estreita vislumbram casas e bairros repletos de aparelhos que funcionarão por alguns centavos por dia com baterias que duram anos.
Mas eles virão?
A Deutsche Telekom, a Telefónica e a NTT Docomo também estão investindo na internet das coisas com banda estreita. Mas não está claro se o esforço compensará, disse Andrew Brown, diretor-executivo de pesquisa corporativa e de internet das coisas da Strategy Analytics.
"Atualizar essas redes não é barato", disse Brown. "Ainda assim, há uma corrida das grandes operadoras para fazer essa atualização."
A rival britânica BT está trabalhando em sua própria rede de banda estreita em Milton Keynes, a 70 quilômetros ao norte de Londres, disse Guillaume Sampic, chefe de estratégia da internet das coisas da BT. Essa rede captura informações de sensores de ruas e estacionamentos e da iluminação urbana para reduzir congestionamentos na cidade. Embora esses usos tenham sentido, ninguém sabe ainda se esses aparelhos farão sucesso entre os consumidores, um dilema para as operadoras.
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